domingo, 5 de agosto de 2012

A INVASÃO DE PRIVACIDADE E O CRESCIMENTO DA IMPRENSA MARROM


                             






Pensei muito antes de escrever esse artigo porque o assunto que vou abordar abaixo é delicado e envolve pessoas famosas. Falar sobre a vida alheia é sempre algo muito difícil mesmo que a pessoa seja pública. Fico sempre me perguntando: será que pelo simples fato de alguém ser famoso, isso nos dá o direito de invadirmos sua privacidade? E se fosse com a gente ou com alguém que amamos? Será que gostaríamos de ver a nossa vida devastada pela mídia? Não existe um limite?
É, como disse no início desse artigo, essa é uma questão muito complexa. Se por um lado, tem os que criticam o comportamento, muitas vezes, agressivo e invasivo dos paparazzi; de outro, há os que os defendem sob o argumento de que ser público foi uma opção tomada pela própria pessoa. Diante disso, os ônus dessa escolha devem ser atribuídos a ela, única e exclusivamente. Se não quisessem exposição que  ficassem no anonimato. São duas correntes muito distintas.
Esta semana, a Justiça de São Paulo proferiu decisão determinando que o portal de Internet R7 retirasse do ar, dentro de 48 horas, notícias que mencionavam um suposto relacionamento afetivo do ex-jogador de futebol Raí com o apresentador da TV Globo Zeca Camargo.A ordem judicial tratava especificamente de textos sobre o assunto publicados pela jornalista Fabíola Reipert em seu blog, hospedado no portal.
A multa diária para o eventual descumprimento da decisão é de R$ 2 mil.
Raí já entrou com uma ação na justiça contra a jornalista. Ele pede uma retratação pública, uma indenização de R$ 10 mil e a retirada do ar das notícias já existentes.
Tudo começou após a blogueira e jornalista ter publicado no R7 que: “a Globo havia proibido os programas da casa de associar os nomes de Zeca Camargo e Raí". Ela completava com as perguntas: "O que será que eles têm para esconder, hein? E o que têm em comum?".
Fabíola estava apenas repercutindo uma notícia dada por ela anteriormente: "um belo ex-jogador de futebol teria deixado a mulher em troca de um novo amor. Ele foi morar com um apresentador da Globo, que ainda não saiu publicamente do armário".
Está certo que, em nenhum momento, foram citados por Fabíola em suas notas os nomes de Raí ou de Zeca Camargo. Não sei de que forma esse boato ganhou força, principalmente porque até então nunca havia sido publicada na imprensa nenhuma nota sobre uma suposta homossexualidade de Raí. Quanto ao apresentador Zeca Camargo sempre existiram notinhas maldosas, porém, sem nenhuma constatação sobre sua orientação sexual diferenciada.
O fato é que o caso tomou uma repercussão muito grande obrigando Raí, que estava fora da mídia, a reaparecer justamente num momento como esse, ou seja, durante um escândalo. As conclusões desse inquérito ainda devem levar tempo para serem concluídas, mas o R7 já não tem nada mais associado ao tema em seu site.
Em maio deste ano, foi a vez da atriz Carolina Dieckmann envolver-se em outra polêmica, desta vez, muito mais grave porque sua intimidade foi literalmente invadida ao publicarem fotos íntimas dela na Internet. Um grupo especializado da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio usou programas de contra-espionagem para chegar aos suspeitos. De acordo com a investigação, o roubo das fotos teria começado com um e-mail usado como isca (spam), que ao ser aberto pela atriz abriu uma porta para a instalação de um programa que permitiu aos hackers entrar no computador de Carolina.  
Durante semanas seguidas, a atriz foi obrigada a expor ainda mais sua imagem na imprensa. Foi matéria do Fantástico e do Jornal Nacional, dois dos principais noticiários do país e capa de jornais e revistas. Carolina é uma das personalidades brasileiras mais disputadas pelos paparazzis devido ao seu comportamento. Odiada por uns e adorada por outros, é do tipo que não leva desaforo para casa, talvez por isso seja alvo constante de tantas polêmicas envolvendo seu nome. O que poucos lembram, infelizmente, é de comentarem o seu talento- algo indiscutível, pois é uma excelente atriz independente do seu humor ou gênio.
Recentemente, outro casal famoso ganhou novamente os holofotes: o cantor sertanejo Zezé di Camargo e sua esposa Zilu. Durante anos, eles foram obrigados a conviverem com notícias que abordavam as supostas traições amorosas de Zezé. Só que, agora, os papéis foram trocados. Fotógrafos teriam flagrado Zilu ao lado de um jovem, em Miami, em fotos comprometedoras. Bastou para que o assunto ganhasse destaque na imprensa. Nada foi confirmado, mas novamente a intimidade foi relegada a segundo plano em nome da imprensa marrom- aquela que busca incessantemente a notícia sem preocupar-se com as fontes ou conseqüências.
Saindo do Brasil um pouco, outro assunto muito comentado mundialmente e que ganhou notoriedade em toda imprensa devido à fama do casal foi a suposta traição da atriz Kristen Stewart contra Robert Pattinson-ídolos da saga Crepúsculo. Novamente fotos foram publicadas nas quais Kristen estava em poses muito sensuais ao lado do diretor de cinema Rupert Sanders, responsável pela produção “Branca de Neve e o Caçador”, filme protagonizado pela jovem atriz de apenas 22 anos. O flagrante levou tanto Kristen quanto Rupert a declararem publicamente a traição e mexeu com os ânimos em Hollywood, que adora ostentar esse celeiro de fofocas.
Estes três exemplos citados acima foram apenas os mais recentes e que escolhi para ilustrar esse artigo e acho que ilustram muito bem o que pretendo abordar. Não estou aqui levantando bandeira se as atitudes dos artistas citados estão certas ou erradas até porque cada um faz o que bem quer da sua vida pessoal e ninguém, mais ninguém mesmo tem o direito de intrometer-se nesse assunto.
Mas, o objetivo principal e único desse texto é o de discutirmos as conseqüências provocadas por esse grupo de jornalistas (?) que vivem à custa de uma imprensa fabricada e calcada em escândalos. Eles só sobrevivem graças ao público que compra essas revistas de R$ 0,50 em troca de notícias, muitas vezes, falsas. É uma verdadeira indústria da fofoca.
Infelizmente existem cada vez mais publicações desse tipo no nosso país e também no mundo. As redações deveriam investir em Cultura ao invés da fofoca. As notícias que deveriam prevalecer na nossa mídia são as de patrocínios culturais, editais, lançamentos de produções nacionais, oportunidades para novos talentos. Não vi, até agora, nenhuma vez nenhuma referência ao Concurso de Roteiros Nacional, promovido pelo autor Aguinaldo Silva e olha que é algo nacional e importante para a dramaturgia porque irá revelar cinco novos talentos para o mercado.
 Enquanto isso, os espaços são ocupados cada vez mais pela traição do fulano com sicrano, pelas fotos íntimas de uma celebridade e por aí vai.
O problema é que isso não acontece apenas aqui.  As fotos de Kristen e Rupert são um exemplo disso. Se essa indústria da fofoca é mundial, a questão é rediscutirmos a importância e o papel da imprensa.
Se isso não for feito, daqui a pouco, ao invés de termos como manchete nos nossos jornais e sites, as notícias que são de cunho e alcance social, teremos “manchetado” uma traição de uma celebridade como se isso interessasse mais à sociedade do que algo realmente importante.

Por: André Luís Cia   



sábado, 21 de julho de 2012

Na Moral surpreende e Globo sai do armário

Acima, Bial ao lado das noivas que se casaram no programa.
Abaixo,  Glória Pires como a DJ convidada. A estrela e uma das artistas mais queridas e respeitadas do país, deu uma lição de amor e respeito ao defender o casamento homossexual. Atriz também falou sobre sua participação no novo longa de Bruno Barreto, no qual interpreta uma arquiteta carioca que assumiu um romance gay na década de 50



                                  NA MORAL SURPREENDE E GLOBO SAI DO ARMÁRIO

Foi com muito prazer que assisti na íntegra o novo programa do Pedro Bial, "Na Moral", nesta última quinta-feira e que abordava o tema do casamento entre iguais.
Glória Pires, como sempre, deu um show à parte. Eu acho que a felicidade é um direito básico de qualquer pessoa. Como mãe, eu não poderia deixar de pensar na felicidade dos meus filhos", disse. Ela confessa que até já deu conselho para uma de suas filhas com relação à mudança do comportamento na sociedade. "Minha filha, eu queria tanto que você encontrasse um cara bacana, ou uma menina. A vida taí, as coisas acontecem", defendeu.
 Parabenizo a iniciativa da Rede Globo de ceder espaço a um tema que, nos últimos anos, vem ganhando destaque na nossa mídia e que a própria emissora já polemizou tantas vezes por causa do veto ao beijo gay.
O programa mesmo gravado e editado ousou, mas a  ousadia não foi porque exibiu um beijo e um casamento de duas mulheres em horário nobre, mas sim, porque sem nenhum alarde e de uma maneira sutil, transparente e verdadeira, tratou de algo tão importante para a construção de uma sociedade melhor: as diferenças e o respeito a elas.
Como bem disse um dos convidados, no Brasil, muitos criticam que os militantes gays exigem demais da sociedade querendo impor situações que ainda não são aceitas pela grande maioria, como o próprio beijo, porém, por outro lado, essa mesma sociedade cobra posicionamento idêntico tanto para um homossexual quanto para um heterossexual no que tange a obrigações, como  os impostos e aplicações penais, por exemplo.
Então, se a cobrança é imposta e exigida dos homossexuais porque eles não têm os mesmos direitos que os héteros? Isso sim caracteriza preconceito e desigualdade.
Não estou aqui para fazer apologia sobre o tema, mas sim, para agradecer à emissora por ter sido corajosa e, finalmente, ter saído do armário.
 Acho que não é nem o caso de retomarmos o tema do beijo gay numa novela (tão debatido aqui no ASD, inclusive por mim) porque talvez isso realmente  nunca aconteça, mas é importante que a maior emissora do país esteja atenta às mudanças e avanços da sociedade.
O que acontece com os gays hoje também aconteceu e ainda acontece, infelizmente, com os negros.
 A dramaturgia, salve raríssimas exceções, nunca deu valor aos negros sempre colocando-os em papéis secundários. Porém, temos que destacar os autores Aguinaldo Silva e João Emanuel Carneiro que trataram o racismo por outro prisma e foram muito bem sucedidos.
 Silva nos brindou com o carismático Evilázio (numa das cenas antológicas da nossa TV num embate com o Barretão, de Stênio Garcia). Enquanto que, JEC inovou com a primeira protagonista negra na Globo, Taís Araújo, na bela Da cor do Pecado.
Não posso citar Manoel Carlos nessa galeria porque sua Helena de Viver a Vida foi apenas uma figurante de luxo e olha que ela era a protagonista da novela. Perdeu uma grande chance !!   
Retomando o tema da homossexualidade na TV, talvez o único acerto da novela Insensato Coração foi de retratar este tema abertamente e sem pudores, inclusive, levando ao ar uma cena de espancamento e morte de um homossexual, tão comum em nosso país, infelizmente.
É neste ponto que gostaria de levantar a discussão,  pois quando uma pessoa é morta por intolerância ou por não se "enquadrar no modelo tradicional" (?) da sociedade daí sim é hora de repensarmos muitas coisas.
 Diante disso, a TV, seja em programas jornalísticos, como o do Bial ou em sua dramaturgia, tem um papel muito importante, pois ela é grande formadora de opinião.



quarta-feira, 4 de julho de 2012

HÁ LIBERDADE DE CRIAÇÃO QUANDO UMA OBRA LITERÁRIA VAI PARA A TV E O CINEMA?














HÁ LIBERDADE DE CRIAÇÃO QUANDO UMA OBRA LITERÁRIA VAI PARA A TV E O CINEMA?
O remake de Gabriela está no ar há quase um mês. Depois de muita expectativa sobre essa nova versão da novela, que foi um clássico no passado, inevitavelmente surgiram as primeiras comparações, seja na escalação do elenco, na direção ou no texto. Muitos adoram e outros odeiam.
Arrisco a dizer que os críticos mais fervorosos são aqueles que não conseguiram aplicar o desapego, ou seja, gostaram tanto da obra original que não aceitaram essa reeleitura.
Isso também aconteceu com O Astro, de Alcides Nogueira, exibida num modelo compactado no final do ano passado, porém, sucesso de crítica e de público mesmo sendo bem diferente da obra de Janete Clair.
No caso de Gabriela, ainda é cedo para darmos o veredito à trama de Walcyr Carrasco. Particularmente, eu gosto de muita coisa, inclusive da interpretação e da entrega de Juliana Paes ao personagem, imortalizado por Sonia Braga. Infelizmente não vi a primeira vez, em 1975, porque tinha acabado de nascer, mas recorri a algumas cenas na Internet e também a pesquisas, que só comprovaram o sucesso da novela. É inevitável dizer que o que vemos hoje são duas novelas diferentes, pois somente o eixo central será mantido porque é uma trama muito menor.
Bem, mas o intuito desta postagem não é o de levantar bandeira sobre a onda de remakes que invadiu nossa teledramaturgia. Tem quem defenda e, por outro lado, quem critique, assim como tudo nessa vida. São os dois lados da moeda.
O objetivo deste artigo é discutir a transformação de obras literárias em produtos televisivos, cinematográficos ou teatrais.
Até que ponto, os originais são respeitados e de que forma a criação pode atrapalhar ou prejudicar?
No caso do livro Gabriela, escrita pelo autor Jorge Amado e que atualmente ganha sua segunda versão na TV- antes foi tema no cinema-, como será para o escritor ver o seu romance sair das páginas de um livro para ganhar vida por meio de uma novela ou de um filme?
Jorge Amado não está vivo para manifestar sua opinião sobre a novela de Carrasco. Mas e no caso dos autores que ainda estão vivos? Como será que eles se sentem quando veem suas histórias ganharem literalmente vida por outras mídias?
No caso de Aguinaldo Silva, foram três grandes sucessos, tirados da nossa literatura: Riacho Doce (José Lins do Rego), Tieta e Porto dos Milagres (inspirada nos romances Mar Morto e a Descoberta da América pelos turcos), todos baseados em livros de Jorge Amado.
Minha curiosidade recai sobre o processo de adaptação da obra. O autor de uma novela pode criar sem interferência do autor do livro que inspirou a criação da novela? (isso, no caso dele estar vivo).
Estou revendo Riacho Doce e, na minha opinião, foi um dos trabalhos mais lindos na TV, assim como Tieta. Mas vou me ater ao caso de Riacho Doce porque é a obra que estou vendo no momento. Quando o Aguinaldo estava escrevendo os capítulos desta série, com certeza, teve que criar personagens secundários para que dessem gás à história para que ela se tornasse uma minissérie. O livro Riacho Doce foi escrito em 1939 e quando foi escrita a série, o autor já havia morrido, portanto, Aguinaldo não teve nenhuma interferência do autor na obra.
Acho extremamente fascinante e didático ver uma obra literária ganhar vida, ou seja, sair das páginas de um livro ir para as telas da TV e do Cinema, pois, infelizmente vivemos num país no qual a literatura é muito pouco valorizada e , muitas vezes, a novela acaba sendo a única referência cultural da população, daí a importância delas para a construção de nossa sociedade.
Muitos dizem que perde-se muito quando um livro vai para a TV ou cinema. Em alguns casos eu até concordo, mas não nos que foram citados anteriormente- exceto no caso de Tieta-o filme.
Tieta, por exemplo, foi uma novela magnífica e até hoje, mais de 20 anos depois é lembrada pelos fãs e pela crítica.
Mas, o engraçado é que quando Tieta foi para o cinema pelas mãos do Cacá Diegues, o filme foi muito mal nas bilheterias e também na aceitação do público e da crítica.
Talvez, se o roteiro de Tieta- o Filme, tivesse sido dado ao Aguinaldo , na época, o filme teria repetido o mesmo sucesso da novela porque assim como Jorge Amado foi o pai de Tieta nos livros, Aguinaldo foi o pai de Tieta na TV. Acho que o filme não agradou porque a imagem de Tieta (de Betty Faria) era insubstituível frente a uma nova Tieta (Sonia Braga no cinema).
Será que o mesmo acontece agora? Muitos até gosta da Juliana Paes no papel, mas recusam a aceitá-la definitivamente porque sentem-se como se estivessem traindo Sonia Braga?
Outros bons exemplos bem sucedidos dessa transposição da literatura para TV foram Hilda Furação, Engraçadinha, A Muralha, dentre outros.
Acho que no final das contas, todos ganham: os romances que voltam a ser procurados nas prateleiras e a população que pode ter acesso a uma grande história que poderia ficar apenas restrita às prateleiras das bibliotecas.
Tenho uma curiosidade de fã e gostaria um dia que o Aguinaldo Silva me respondesse. Como foi a criação da Vó Manuela? (magistralmente interpretada pela Fernanda Montenegro). Ela era daquele jeito mesmo no romance ou foi uma criação s (ainda não li o romance), mas destaco a personagem como uma das mais instigantes da nossa dramaturgia, tanto pelo texto quanto pela interpretação da atriz.
André Luís Cia

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Boook Trailer - Quebra de Contrato (o mais novo livro do autor Kito Mell...




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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Emoção garantida com o musical "Um Violinista no Telhado"


Vídeo com equipe da peça

Depois de muitos anos, o Brasil tem recuperado o tempo perdido no passado e investido cada vez mais em grandes musicais, a exemplo do que acontece nos EUA e em muitos países da Europa. Como o brasileiro é muito criativo e talentoso, os nossos espetáculos não ficam devendo nada às grandes produções estrangeiras. Neles, podemos ver realmente o trabalho dos atores e de todos os envolvidos- de direção à figurinista- passando por todas as profissões que envolvem uma grande obra.
No último domingo, tive a honra e o grande prazer de assistir "Um Violinista no Telhado", graças à atriz Ada Chaseliov- que também está no elenco e dá um show como uma senhora casamenteira que, em muitos momentos, rouba literalmente a cena. Já tinha gostado muito de sua atuação em Gipsi, onde mais uma vez destaca-se num papel muito irreverente.
Mas seria injustiça citar apenas um ator desta peça, pois todos estão muito bem "encarnados" em seus respectivos personagens e nos levam por 3 horas à uma viagem encantadora pelo passado, por uma época marcada por tradições familiares. A parte musical, ou seja, as coreografias, são o ponto alto do musical. A sintonia e o envolvimento dos atores é algo que supera todas as expectativas. Do início ao final somos brindados com um lindo trabalho, que só comprova que os musicais vieram para ficar e cada vez mais arrastam verdadeiras multidões aos teatros brasileiros.
O único problema que vejo-e que se justifica completamente pela montagem-são os altos valores dos ingressos. Acho que o Ministério da Cultura devia criar cada vez mais programas de incentivos fiscais e de patrocínio que garantissem verbas maiores para todas as produções brasileiras, pois isso faria com que os ingressos fossem reduzidos e que a população de baixa renda também tivesse o prazer de ver obras grandiosas como esta. Fica a dica!!

                                                                                     Ada em cena no musical Gipsi  
 
José Mayer e Soraya Ravenle: química e entrosamento como casal

                                          Cena de Um violinista no Telhado

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Produções brasileiras ganham espaço na TV a cabo


PREAMAR é uma das produções nacionais exibidas pela HBO


A partir de 1.º de setembro, os canais pagos que operam no Brasil serão obrigados a exibir 1h10 de produção nacional por semana, no horário nobre, sendo metade disso proveniente de produção independente. Em 2014, esse total passa a ser 3h30.A data foi anunciada ontem, segunda-feira, pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), responsável pela aprovação de coproduções nacionais para a TV feitas com verba de leis de incentivo e pela supervisão do cumprimento das cotas de produção nacional estabelecidas pela Lei 12.485/11.

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 13 de setembro, a lei exige que os canais pagos exibam 3h30 semanais de conteúdo produzido no Brasil na faixa nobre. Mas a implementação desse volume será feita paulatinamente, com o cumprimento de 1/3 das cotas em seu primeiro ano e assim, sucessivamente, até o terceiro aniversário da lei.



Como o primeiro aniversário já passa a valer no dia 12 de setembro, a lei determina que já a partir de então os canais passem a cumprir 2h20 por semana. O empacotamento de canais também será afetado. Um em cada nove canais dos pacotes oferecidos pelas operadoras tem de ser brasileiro a partir de 1.º de setembro. A partir de 12 de setembro, isso salta para 1 canal brasileiro entre 6 do mesmo pacote e, em setembro de 2013, 1 em cada 3 será nacional. Não são contabilizados os canais de esportes e de notícias, pois a Ancine entende que esses conteúdos já são atrativos prontamente oferecidos pelas operadoras para capturar clientes.
“Eles se vendem por si só”, argumentou o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, ontem, durante o Fórum Brasil de Televisão, realizado em São Paulo. As operadoras terão 90 dias para adaptar seus pacotes à nova lei.

Fonte: Yahoo




Não é novidade a recente lei em que os canais de TV paga serão obrigados a exibir uma cota de programação produzida aqui no Brasil. Também não é novidade que essa lei já aqueceu o mercado e será importante para todos os profissionais da área.


Nesse domingo Fernando Meirelles deu uma entrevista à Folha de São Paulo falando a respeito. Vou publicar a entrevista que está no site da Folha porque nela, Meirelles deixa bem claro porque é um produtor e diretor diferenciado e porque a O2 é uma das maiores produtoras do Brasil.

Farei comentários em itálico abaixo das respostas e colocarei em negrito trechos importantes de Meirelles.





“Nova lei da TV paga fará indústria ser mais forte”, diz Fernando Meirelles

por Alberto Pereira Jr.

Uma semana após a publicação das últimas instruções normativas da Lei 12.485/2011, que fixa diretrizes para a TV paga no Brasil (veja detalhes acima), produtoras independentes comemoram o novo marco regulatório do setor.
Para elas, o estabelecimento de cotas obrigatórias de conteúdo nacional estimulará os negócios, já que ao menos 50% da faixa reservada a obras brasileiras deverão ser preenchidos por trabalhos de empresas independentes.
A íntegra da reportagem publicada na Folha deste domingo está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes, uma das maiores produtoras independentes do país, se mostra entusiasmado com a nova lei da TV paga.

Leia a entrevista dele à Folha.
Folha – A demanda por conteúdo nacional já aumentou com a nova lei da TV paga?
Fernando Meirelles - No ato e imediatamente [risos]. Tivemos solicitações de praticamente todos os canais a cabo. Mandamos e-mail para todos os colaboradores da casa. De 54 projetos que vieram deles, selecionamos 32 e apresentamos para algumas emissoras na virada do ano.
Uma única produtora apresentando 32 projetos que vieram de fora, ou seja, feito por roteiristas que não são necessariamente contratados da O2. Está bom para vocês?
F – Era necessária a criação da lei para fomentar o mercado?
FM – Certamente. A maioria das emissoras de TV a cabo é filial de matrizes americanas. Para elas, é mais conveniente pegar um produto que é bom e está pronto, dublar ou legendar e exibir sem custo.
F- O que muda com a lei?

FM- As TVs são obrigadas a usar parte do seu faturamento em produção local. Essa lei vai ter o mesmo impacto que a Lei do Audiovisual [criada em 1993] teve no cinema. O Brasil fazia seis filmes por ano, veio a nova regra e, só em 2011, fizemos 105 longas. Foi a década de montagem da indústria. Não tenho dúvida de que, com a nova lei da TV paga, em dez anos vamos ter uma geração de programas muito mais forte.
F – Como os diretores de canais a cabo reagiram?
FM - Conversei com alguns executivos. É claro que teve um momento de reclamação, mas todos estão confiantes e, acho eu, muito mais estimulados a produzir.
Essa resposta se completa com a de pergunta sobre se era necessária a lei. Sabemos que houve um entidade, Sky, que realmente tentou combater a Lei. Em vão.
F – O público quer ver os artistas brasileiros na TV paga?
FM - Sim, mas não só isso. Tem o interesse de ver o próprio país.De ver a sociedade, ao invés de Dubai ou Xangai… As pessoas querem assistir a programas sobre São Paulo, sobre nossas cidades. As maiores audiências da TV a cabo são de programas brasileiros. O que dá mais certo na TV a cabo são os programas feitos aqui. É uma situação boa para todo mundo: incentiva o mercado, cria cultura e a produção e as TVs ganham mais audiência.
F – Qual gênero tem recebido mais encomenda?
FM – 
Tem um pouquinho de tudo. Apresentamos projetos de ficção para o GNT, ligados à Copa do Mundo. É um belo momento para quem tem projeto e para quem acabou de se formar e precisa trabalhar. É um marco na televisão e no audiovisual brasileiros.
F -A tendência é um crescimento maior de damaturgia?
FM - Com certeza. Mais trabalho e oportunidades para atores e diretores. “Os Contos de Edgar”, que estamos fazendo para o FX, é dramaturgia. São histórias baseadas nos contos de Edgar Allan Poe.
Não disse fellas? E é ele quem falou.
F – Quais outros projetos já estão fechados com a TV paga?
FM – A Discovery estava procurando caras brasileiras para o seu elenco. Então, levamos um projeto de um jornalista meio aventureiro, chamado Fábio Lamanchia. É um cara que tem uma vida diferentona, viajando o Brasil. Temos o “360″, que é uma coincidência com o nome do meu novo longa-metragem, para a NatGeo. Vai ser uma série de programas meio jornalísticos, um “doc reality”, sobre problemas bem pungentes, como crack, educação, manejo sustentável de floresta, soja. Cada um dos temas é tratado de todos os pontos de vistas por meio de personagens.
F – Quais são os meios que a O2 usa para captar recursos para suas produções?

FM – A gente faz cinema, TV, TV a cabo e internet. Onde há uma brecha, temamos captar. Nunca usamos lei Rouanet, por exemplo. É uma lei supercomplicada. Por mexermos com publicidade, fazemos muitos projetos que são bancados com dinheiro não incentivado. O filme “Xingu”, por exemplo, contou com R$ 8 milhões de dinheiro não incentivado da Natura, da Fiat e da Globo. Os projetos que estamos fazendo com os canais Fox, “Os Contos de Edgar” e “360″ não tem dinheiro de lei, é da própria Fox. Abrimos uma porta. As pessoas acreditam no negócio e passam a investir.
Umas das coisas que mais ouço de pessoas importantes do meio, é que o grande “problema” do cinema nacional são os roteiros, ou a falta de roteiros bons para serem filmados. Sempre acreditei que o grande problema do cinema nacional, muito antes de ser os roteiros, seja o fato de que ela toda, ou a grande maioria, dependa única e exclusivamente de dinheiro público para existir. Sim, dinheiro de impostos de empresas privadas é dinheiro público. A O2 ter uma postura diferente em relação a captação de seus recursos serve como exemplo de que é possível não viver, criar ou procurar projetos apenas focado em atender editais ou aparar-se unicamente na Lei Rouanet. Mais uma vez, grane parte dos filmes nacionais são frutos de leis de incentivo, pública e de empresas privadas, muitos editais e ainda patrocínio. Todos somos adultos o bastante para entender que estamos falando de negócios e ninguém está aqui para ter prejuízo, portanto é difícil. Mas difícil não é impossível, acho vale uma repensar como a indústria tem se portado. A O2 consegue não viver de lei e edital e estamos falando de grandes produções, consequentemente, falamos de grandes orçamentos. Parabéns ao Fernando Meirelles, produtor e diretor brasileiro de opinião e sem nenhum vestígio de acomodação em velhos sistemas falidos.

Até onde vai o preconceito?



Uma história de amor acaba de ganhar o mundo para alertar sobre a importância da aprovação do casamento gay! O americano Shane publicou neste domingo (06/05) no YouTube um vídeo sobre a vida com o companheiro Tom, sem final feliz. O romance de seis anos acabou em tragédia, tempos depois que Tom resolveu contar a família sua orientação sexual: que não foi aceita pelos pais. Tom morreu ao cair do topo de um prédio, após sucessivo bullying de seus próprios familiares. Após a morte, a família negou o direito de Shane a participar do funeral, e apagou qualquer ligação dele com Tom, inclusive o ameaçando fisicamente caso ele tentasse algum contato. Shane decidiu dividir com o mundo sua história de amor, na esperança que ela contribua para a aprovação legal do casamento gay, e que histórias como a dele não se repitam mais.