sábado, 21 de julho de 2012

Na Moral surpreende e Globo sai do armário

Acima, Bial ao lado das noivas que se casaram no programa.
Abaixo,  Glória Pires como a DJ convidada. A estrela e uma das artistas mais queridas e respeitadas do país, deu uma lição de amor e respeito ao defender o casamento homossexual. Atriz também falou sobre sua participação no novo longa de Bruno Barreto, no qual interpreta uma arquiteta carioca que assumiu um romance gay na década de 50



                                  NA MORAL SURPREENDE E GLOBO SAI DO ARMÁRIO

Foi com muito prazer que assisti na íntegra o novo programa do Pedro Bial, "Na Moral", nesta última quinta-feira e que abordava o tema do casamento entre iguais.
Glória Pires, como sempre, deu um show à parte. Eu acho que a felicidade é um direito básico de qualquer pessoa. Como mãe, eu não poderia deixar de pensar na felicidade dos meus filhos", disse. Ela confessa que até já deu conselho para uma de suas filhas com relação à mudança do comportamento na sociedade. "Minha filha, eu queria tanto que você encontrasse um cara bacana, ou uma menina. A vida taí, as coisas acontecem", defendeu.
 Parabenizo a iniciativa da Rede Globo de ceder espaço a um tema que, nos últimos anos, vem ganhando destaque na nossa mídia e que a própria emissora já polemizou tantas vezes por causa do veto ao beijo gay.
O programa mesmo gravado e editado ousou, mas a  ousadia não foi porque exibiu um beijo e um casamento de duas mulheres em horário nobre, mas sim, porque sem nenhum alarde e de uma maneira sutil, transparente e verdadeira, tratou de algo tão importante para a construção de uma sociedade melhor: as diferenças e o respeito a elas.
Como bem disse um dos convidados, no Brasil, muitos criticam que os militantes gays exigem demais da sociedade querendo impor situações que ainda não são aceitas pela grande maioria, como o próprio beijo, porém, por outro lado, essa mesma sociedade cobra posicionamento idêntico tanto para um homossexual quanto para um heterossexual no que tange a obrigações, como  os impostos e aplicações penais, por exemplo.
Então, se a cobrança é imposta e exigida dos homossexuais porque eles não têm os mesmos direitos que os héteros? Isso sim caracteriza preconceito e desigualdade.
Não estou aqui para fazer apologia sobre o tema, mas sim, para agradecer à emissora por ter sido corajosa e, finalmente, ter saído do armário.
 Acho que não é nem o caso de retomarmos o tema do beijo gay numa novela (tão debatido aqui no ASD, inclusive por mim) porque talvez isso realmente  nunca aconteça, mas é importante que a maior emissora do país esteja atenta às mudanças e avanços da sociedade.
O que acontece com os gays hoje também aconteceu e ainda acontece, infelizmente, com os negros.
 A dramaturgia, salve raríssimas exceções, nunca deu valor aos negros sempre colocando-os em papéis secundários. Porém, temos que destacar os autores Aguinaldo Silva e João Emanuel Carneiro que trataram o racismo por outro prisma e foram muito bem sucedidos.
 Silva nos brindou com o carismático Evilázio (numa das cenas antológicas da nossa TV num embate com o Barretão, de Stênio Garcia). Enquanto que, JEC inovou com a primeira protagonista negra na Globo, Taís Araújo, na bela Da cor do Pecado.
Não posso citar Manoel Carlos nessa galeria porque sua Helena de Viver a Vida foi apenas uma figurante de luxo e olha que ela era a protagonista da novela. Perdeu uma grande chance !!   
Retomando o tema da homossexualidade na TV, talvez o único acerto da novela Insensato Coração foi de retratar este tema abertamente e sem pudores, inclusive, levando ao ar uma cena de espancamento e morte de um homossexual, tão comum em nosso país, infelizmente.
É neste ponto que gostaria de levantar a discussão,  pois quando uma pessoa é morta por intolerância ou por não se "enquadrar no modelo tradicional" (?) da sociedade daí sim é hora de repensarmos muitas coisas.
 Diante disso, a TV, seja em programas jornalísticos, como o do Bial ou em sua dramaturgia, tem um papel muito importante, pois ela é grande formadora de opinião.



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